Doenças alérgicas
Nos últimos anos temos observado um significativo aumento dos quadros de alergia em todo mundo. Atualmente estima-se que 30 a 40% da população apresente alguma doença alérgica (rinite, asma, dermatite atópica ou alergia alimentar). Questiona-se se esse aumento está relacionado a uma maior percepção dessas doenças ou se é real, mas o fato é que o consultório está repleto de crianças com essas queixas.
A principal base de uma doença alérgica é a desregulação do sistema imunológico que passa a responder de forma descontrolada a estímulos comuns, tais como por exemplo aos ácaros (presentes na poeira doméstica) ou ao leite de vaca.
O risco de desenvolver alergias é determinado tanto por fatores genéticos como ambientais.
Estima-se que quando nenhum dos pais é alérgico o risco da criança desenvolver alergia é de 15%. Quando um dos pais é alérgico esse risco é de 20 a 40%. Quando os dois pais são alérgicos a chance do filho ter alergia sobe para 60 a 80%.
Acredita-se, no entanto, que os fatores ambientais sejam os principais responsáveis pelo recente aumento da prevalência das alergias, pois mudanças de caráter genético puro levariam muitos anos para se tornarem perceptíveis do ponto de vista populacional.
As características do ambiente e os hábitos de vida mudaram drasticamente nas últimas décadas. Os hábitos alimentares foram modificados, houve aumento dos poluentes e diminuição de alguns processos infecciosos. Tudo isso contribuiu para uma desregulação no sistema de defesa do nosso organismo e consequente aumento das doenças alérgicas e autoimunes. Isso ocorre devido a uma modificação da expressão do nosso genoma* (por fatores do ambiente), fazendo com que os filhos herdem doenças dos pais, tais como dermatite atópica, asma e alergias alimentares.
* código genético que transmite as características dos pais para os filhos