Alimentação infantil a partir da década de 1970
A partir de 1970 observou-se um movimento mundial em favor da retomada da amamentação. As causas que deram origem a essa mudança não são facilmente identificáveis. Suas raízes parecem estar mais na sociedade, do que nos próprios profissionais da saúde.
Na medida em que isso aconteceu nota-se uma tendência a se introduzir o leite de vaca cada vez mais tarde. A retomada da amamentação influenciou também a época de início da administração de alimentos complementares como cereais e papinhas, postergando sua introdução.
Em 1993, o Comitê de Experts da Organização Mundial da Saúde observou que as crianças saudáveis alimentadas com leite materno apresentavam um padrão de crescimento (melhor) que diferia do das crianças não amamentadas.
Atualmente recomenda-se: dar somente leite materno até os 6 meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento, introduzir alimentos complementares variados (cereais, tubérculos, leguminosas, carnes, verduras, legumes e frutas), de consistência espessa dados na colher, a partir dos 6 meses, três vezes ao dia se a criança estiver sendo amamentada e cinco vezes se já tiver desmamado.
A consistência dos alimentos complementares, inicialmente pastosa, deve ser aumentada gradativamente, o açúcar deve ser evitado e o sal usado com moderação.
Deve-se optar pelo preparo caseiro dos alimentos em detrimento dos industrializados, que apresentam poucas variações tornando a alimentação monótona, além de conter muitas vezes aditivos, preservativos, conservantes e substâncias antimicrobianas.
Recomenda-se ainda evitar o café, refrigerantes, enlatados, frituras, balas, salgadinhos e qualquer outro tipo de guloseima, bem como respeitar a aceitação da criança.
Deve-se estimular a ingestão de líquidos, administrados no copo, a partir da introdução dos alimentos complementares. Esses alimentos conhecidos como transicionais (preparados especialmente para a criança até 9 ou 11 meses) devem ter inicialmente consistência pastosa até poderem ser dados aos pedaços, de acordo com a maturação da criança.
No final do primeiro ano de vida recomenda-se que o lactente esteja recebendo o mesmo alimento ingerido pelos demais familiares.
A fase de introdução dos alimentos é um período de risco potencial para a criança, pela possibilidade de contaminação, desenvolvimento de alergias e intolerâncias, que podem acarretar diarreia e levar à desnutrição. Deve-se incentivar para que o aleitamento se prolongue até o segundo ano de vida.
Leia mais: http://www.scielo.br/pdf/jped/v86n3/en_a04v86n3.pdf