História da alimentação infantil - da Revolução Industrial à década de 1970
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do século XVIII, passou a influenciar o comportamento milenar, no que diz respeito à alimentação infantil, na medida em que as mulheres simples do campo, que amamentavam seus filhos e os filhos das classes mais privilegiadas, se transferiram para as cidades.
Até então, nas sociedades tradicionais os costumes pouco variaram em relação à alimentação infantil e a chance de sobrevivência das crianças estava intimamente relacionada ao aleitamento materno ou à substituição deste pelo leite de uma ama. Caso isso não fosse possível elas recebiam leite animal, alimentos pré-mastigados ou papas, pobres em nutrientes e contaminadas, que acabavam por determinar altos índices de mortalidade infantil por desnutrição ou diarreia. Assim durante todo o período pré-industrial (até o final do século XVIII) a maioria das crianças foi amamentada em regime de livre demanda, só sendo desmamadas por volta de 2 ou 3 anos.
Após a Revolução Industrial, num período em que ainda não se conhecia um método para a conservação do leite, outros alimentos passaram a ser introduzidos cada vez mais cedo e com maior frequência para alimentar os lactentes. Os índices de mortalidade aumentaram e o Estado interessado na mão de obra (homens e mulheres) e no braço de futuros soldados para defendê-lo, investiu na busca de soluções para diminuir as altas taxas de mortalidade infantil. A sociedade agrícola deu lugar à urbanização e à industrialização. A amamentação cedeu lugar à mamadeira e os tradicionais métodos de preparo dos alimentos (papas ou panadas) foram substituídos por comidas parcialmente ou totalmente processadas.
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