Uso de bebidas esportivas e energéticas por crianças e adolescentes
Nos últimos anos a ingestão de bebidas esportivas e de bebidas energéticas por crianças e adolescentes tem aumentado bastante. Pesquisas mostram que nos Estados Unidos cerca de 30% a 50% dos adolescentes e adultos jovens consomem regularmente estes produtos.
As bebidas esportivas são flavorizadas; geralmente contêm carboidratos, minerais, eletrólitos (p. ex. sódio, potássio, cálcio, magnésio) e às vezes vitaminas e outros minerais. As estratégias de marketing sugerem que estas bebidas melhoram a performance e repõem eletrólitos e fluidos perdidos pelo suor durante e após o exercício.
Já as bebidas energéticas, embora o termo “energético” possa soar como produto calórico, também possuem estimulantes, como cafeína e guaraná, associados a carboidratos, proteínas, aminoácidos, vitaminas, sódio e outros minerais. Essas bebidas são apresentadas como potencializadoras de energia, diminuindo a fadiga e melhorando a concentração.
Preocupado com o aumento do consumo destes produtos por crianças e adolescentes, o Comitê de Nutrição da Academia Americana de Pediatria publicou um relatório em 2011 baseado na revisão da literatura (2000 a 2009) e no posicionamento de algumas associações, como American Dietetic Association e American College of Sports Medicine. O artigo teve como objetivo definir a composição das bebidas, entender o quê leva os jovens a consumi-las e permitir um melhor entendimento da problemática de modo a orienta-los corretamente quanto ao uso inadequado destas bebidas.
Verificou-se que o consumo dessas bebidas (energéticas e esportivas) por adolescentes ocorreu por vários motivos, como sabor agradável, sede, energia extra para os esportes. O mesmo grupo de jovens mostrou não saber a diferença entre elas.
Para crianças, adolescentes e pais de atletas, as bebidas esportivas tinham um papel importante, principalmente nas atividades prolongadas, com o objetivo de repor eletrólitos e hidratação, porém foi possível observar que entre os jovens os energéticos foram confundidos com bebidas esportivas. Tal fato levou a uma maior ingestão de cafeína ou outras substâncias estimulantes pouco estudadas em crianças e adolescentes.
Entre os efeitos colaterais da cafeína encontram-se o aumento da frequência cardíaca, da pressão arterial, atividade motora, secreção gástrica, diurese, temperatura corporal, ansiedade, insônia. Também pode ser citado seu efeito cardiovascular, neurológico e o risco de dependência.
Outra alteração relatada diz respeito às erosões dentárias pelo uso abusivo destas bebidas. Os energéticos e bebidas esportivas possuem um pH ácido (pH 3-4), que associado à presença de ácido cítrico promove desmineralização e erosão dentárias.
Assim, nota-se a importância de orientar crianças, adolescentes e pais quanto à diferença entre bebidas energéticas e bebidas esportivas, explicando que os energéticos, pelo seu conteúdo estimulante, não são apropriados para os jovens.
O consumo regular de bebidas esportivas deve ser evitado ou restringido, devido ao seu conteúdo de carboidratos, que pode contribuir para o excesso de peso, bem como para lesões dentárias.
As bebidas esportivas devem ser consumidas com limitações por crianças e adolescentes atletas. Elas só devem ser ingeridas durante o período de atividade física prolongada e vigorosa, quando houver necessidade de uma reposição rápida de carboidratos e/ou eletrólitos e em combinação com água.
Fonte: modificado do site Nestlé Nutrition